A investigação que levou a Polícia Federal a abrir a Operação Atacante nesta terça-feira, , teve início em agosto do ano passado a partir de uma denúncia do setor de Tecnologia de Informação da Caixa Econômica. Ao longo do último semestre, os investigadores buscaram entender como os sistemas do banco foram invadidos e dados de correntistas alterados para desviar dinheiro das contas e cadastrar cartões indevidamente. Os prejuízos podem chegar a R$ milhões.
O próprio sistema da Caixa alertou para tentativas atípicas de entrada na rede interna do banco e para operações suspeitas no sistema de gerenciamento de cartão de crédito. Pelo menos . CPFs foram afetados e . cartões emitidos indevidamente, aponta a investigação.
Um dos suspeitos de envolvimento no ataque cibernético foi preso preventivamente na operação de hoje. Sem vínculo formal de emprego desde , George Reginaldo consta como sócio de uma empresa que, segundo a PF, seria de fachada. Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras Coaf alertou para movimentações atípicas de ao menos R$ , milhões, entre outubro de e junho de , em contas ligadas a ele.
Ao autorizar a PF a cumprir o mandado, o juiz Ali Mazloum, da .ª Vara Criminal Federal de São Paulo, concluiu que a prisão é necessária para garantir a continuidade da investigação e prevenir eventuais tentativas de obstrução.
“Quanto ao investigado, conforme avaliação ministerial, há fortes elementos de tratar-se do “invasor” dos sistemas da CEF, o que revela capacidade fora do comum de utilizar dispositivos eletrônicos, fraudando e alterando informações, sendo, portanto, imprescindível para as investigações o afastamento de George Reginaldo de tais dispositivos eletrônicos, para que se dificulte – ao menos – a destruição de eventuais provas obtidas nos dispositivos eletrônicos apreendido”, diz um trecho da decisão.
A PF também cumpriu três mandados de busca e apreensão na capital paulista e nos municípios de Ribeirão Preto SP e Guarujá SP. Durante as buscas, equipamentos de informática, documentos e veículos foram apreendidos.
Os crimes investigados são estelionato e associação criminosa. A partir do material apreendido, os policiais federais querem identificar quem mais participou do ataque hacker e das fraudes.
A reportagem busca contato com a defesa de George Reginaldo e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.
“A CAIXA informa que atua conjuntamente com a Polícia Federal e demais órgãos de segurança pública na identificação e investigação de casos suspeitos e na prevenção e combate a fraudes e golpes.
A CAIXA esclarece que informações sobre eventos criminosos em suas unidades são repassadas exclusivamente às autoridades policiais e ratifica que coopera integralmente com as investigações dos órgãos competentes.
Adicionalmente, esclarecemos que a CAIXA possui estratégia, políticas e procedimentos de segurança para a proteção dos dados e operações de seus clientes e dispõe de tecnologias e equipes especializadas para garantir segurança aos seus processos e canais de atendimento.”
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